Por que insistimos no amor?

Porque é ele que faz a gente cantar músicas que não conhece. É ele que faz a gente rir de uma careta aos 30 anos. É ele que obriga a gente a aprender uma receita, para que depois, isso não seja mais obrigação nenhuma.
 
É ele que faz com que nós estejamos à vontade com a nudez de nossos corpos. É ele que nos ajuda a aceitar a passagem do tempo. Que passe então o tempo, doce, por nós.
 
Porque é ele que acende nossos olhos e apaga nossas memórias mais tristes, ainda que pela eternidade de um abraço realmente gratuito. Porque é ele que faz a gente trabalhar por momentos e não coisas, por lembranças e não valores, por tranquilidade e não status.
 
Porque é ele que nos tornou mais interessantes, que fez descobertas ao nosso respeito, que adora nossas manias, que escolhe nossos sapatos com o arco da sobrancelha. É ele que nos coloca em caminhos novos, e com a mesma doçura nos faz revisitar nossas antigas passagens.
 
É pra ele que corremos após o melhor dos dias, o pior dos dias, o mais morno dos dias, porque todos os dias se preenchem de sentido se terminam ou começavam na doçura dele.
 
Porque é ele que nos ensina sem avisar, nos precede sem se impor, nos ampara sem cobrar, nos guarda sem pressa, nos escuta sem amarras, nos inunda com seu gosto, sem nos tomar o gosto de sermos quem sabemos ser.
 
Porque é ele que dá vida às praças, às ruas, às casas, aos gestos mais fantásticos disfarçados do cotidiano que quase não podemos ver. Amar é se vestir de alma por dentro. Sem alma, ninguém pode viver.
 
Diego Engenho Novo - Palavra crônica


Comentários

  1. É pra ele que corremos após o melhor dos dias, o pior dos dias, o mais morno dos dias, porque todos os dias se preenchem de sentido se terminam ou começavam na doçura dele.
    é isso que eu quero pra mim, encontrar esse amor em mim mesma, todos os dias.

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