Eu sou cristã desde os 6 anos de idade, não porque meus pais me arrastavam para a igreja, mas porque ouvi falar de alguém que me amaria de forma incondicional se eu o recebesse, alguém que me daria um lar para morar e que eu seria a casa dele. E foi assim que eu decidi saber mais desse alguém e buscar estar mais pertinho dele.
Mas a vida não foi fofa como parece quando digo que aceitei esse amor, na verdade as coisas foram bem difíceis para mim por uma série de motivos.
Fui criada numa igreja que tinha normas muito rígidas, minha família era toda do mesmo segmento e eu cresci pensando que Deus não era o amor que eu pensava, mas uma série de regras que se cumprisse eu ia para o céu e se eu não obedecesse o que me diziam ser o certo seria condenada a queimar no fogo. Cresci acreditando em coisas como que se eu cortasse os cabelos Deus não gostaria mais de mim, que se eu usasse calças eu iria para o inferno e se eu mentisse, nossa, não teria perdão. Ainda bem que eu cresci.
Dentro desse tempo eu não conseguia me aproximar de Deus a ponto de me relacionar com ele, porque afinal de contas, qualquer coisa que eu fizesse que esse cara todo poderoso não gostasse ele ia me fulminar! Mas eu sempre fui curiosa.
Meu pai uma vez me disse que ele tinha começado a ler a bíblia quando criança e tinha encontrado muita coisa que dizia o oposto do que a igreja católica dizia e que o padre tinha mandado ele parar de ler a bíblia. Eu só conseguia pensar: Uai, mas a base não é a bíblia?
Então a história do meu pai começou a me deixar com a pulga atrás da orelha sobre o que eu acreditava também e sabe o que aconteceu? Quando comecei a ler também achei falhas nas igrejas que eu estava costumada a achar certas.
No primeiro momento não fui de cara ler a bíblia e encontrar as respostas, mas tinha ouvido milhares de vezes que eu tinha acesso livre ao próprio Deus e que eu podia falar com ele. Que eu podia entrar no meu quarto e falar com ele porque ele era meu amigo e meu pai. Uau.
Então comecei a testar para ver isso era verdade mesmo. Comecei a orar e no primeiro momento as coisas foram bem estranhas, parecia que eu estava falando sozinha e não sentia nada. Cheguei a pensar que eu não conseguia sentir nada porque não orava como as pessoas da igreja, mas na minha cabeça nunca fez sentido falar com alguém que me conhece como se eu fosse outra pessoa.
Se eu estivesse conversando com o meu pai, eu falaria com ele como ele sabe que eu falo e não como se pra conversar com ele tivesse que ter um tratamento formal. É o meu pai.
Então continuei orando, pedindo que ele falasse comigo e que eu conseguisse senti-lo. Foi a melhor coisa que fiz na vida.
Ganhei uma Bíblia da minha tia num aniversário que tinha a tradução bem mais fácil de entender do que a tradicional (versão NVI). Minha vida mudou a partir de então haha
Passei a ir em busca da minha própria fé, não baseada no que os outros falavam, mas no que Ele mesmo me dizia. Eu tinha a palavra de Deus na minha mão e nada me impedia de conhecê-lo.
Então comecei a ter problemas com a igreja.
Comecei a questionar o porque das coisas se não tinha base na palavra de Deus, se era isso que devia guiar a nossa fé e vivencia. Porque eu não podia usar certo tipo de roupa se na bíblia não dizia nada sobre isso e o que que meu cabelo tem a ver com a minha relação com Deus se isso não me impedia de levar o amor de Cristo comigo?
Cheguei a ser basicamente 'jubilada' de uma igreja quando fiz as minhas tatuagens.
Mas sabe no que deu isso? Em mais vontade de conhecer Deus e levar a verdade pras pessoas.
Infelizmente a gente ainda vive baseado no que as pessoas dizem e passamos a acreditar que o que agrada os outros é o que é certo, mas na verdade isso é o que a religião faz, mas não o que Jesus ensina.
Jesus nos ensina a amar à Deus acima de todas as coisas e amar os outros como a nós mesmos, nos ensina a sermos luz por onde formos. A não nos preocuparmos com as coisas desse mundo, mas confiarmos nele. Não podemos continuar nos baseando na ordem de alguém ou de alguma organização e não em ter um relacionamento, precisamos conhecer e levar Cristo de verdade para o mundo.
Não estou falando para você sair de uma igreja ou não obedecer os seus líderes, de forma alguma! Mas quero te incentivar a sair do costume só pelo costume para que você conheça e leve Jesus com você sempre, de verdade.
Sobre a igreja, mesmo sendo mal vista por uma igreja continuei na busca por Cristo e achei a minha casa na casa dele. Não medi o que a igreja deixava ou não, mas o lugar em que eu mais me sentia à vontade para louvar o meu Deus e ouvir dEle da forma mais clara.
Não se deve procurar a igreja que mais se parece com você, mas a que mais mostra Cristo.
Acredito fielmente que Deus fez cada pessoa do seu jeito e que seja bem injusto tratar todas as pessoas de forma igual, porque ele é pai e o pai sabe como tratar cada filho, sendo assim acho super justo existirem tantas denominações. Algumas pessoas se aproveitam disso pra ficar no que é mais confortável para elas, claro. Mas aí é que está a diferença, em cada pessoa.
Vá à igreja para cultuar e viver em comunidade com seus irmãos de fé e não pelo que você pode ou não pode fazer. A igreja é a sua casa. É o corpo de Cristo.
Que as frustrações com as pessoas ou com a própria igreja não te intimide nem te afaste do real motivo de ir à casa de Deus, mas que isso te incentive a buscar a verdade e a fazer a diferença.
Fomos chamados para sermos luz, lembra?
Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.
João 16:33.
Me conte suas histórias, você vai à igreja? Já teve problemas com a igreja? Como conheceu Jesus? Deixa aqui nos comentários, eu vou amar ler!!
Com carinho, Lua
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